Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores - Geraldo Vandré

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

“Empretecimento / Branqueamento” ....

                        Imagem: http://jornaldomeiodia89.blogspot.com/2011/03/colegio-de-jequie-ganha-selo-pela.html

  A história do Brasil contada em nossas escolas continua ainda enraizada a discriminação da raça, esquecendo-se da história do momento atual vividos por muitos a marca do preconceito. “Essa prática social contribui não apenas para encobrir o teor discriminatório embutido nessa construção ideológica, mas também para abafar uma reação coletiva. Assim a teoria do branqueamento “atua” no sentido de dividir aqueles que poderiam se organizar em torno de uma reivindicação comum, e faz com que as pessoas procurem se apresentar no cotidiano como o mais branco/a possível”. (Hofbauer, A Uma história de branqueamento ou negro em questão. São Paulo: Editora da UNESP, 2006, p. 212-213).
       Na semana da Consciência Negra a escola onde atuo como Secretária Escolar me fez perceber claramente que os educadores precisam passar por estudos constantes do currículo escolar em relação aos PCNS, a cultura afro-brasileira parece esquecida ou despercebida por eles. Professores e alunos trabalharam na confecção de cartazes, texto dentre outros, mas ao finalizar a programação da semana convidaram uma contadora de história e para minha surpresa a contadora era de cor branca e de olhos verdes para contar a historia Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado, história que contribui em muito para que as crianças se apropriem de valores como o respeito a si próprio e ao outro. Mas a contadora em minha opinião poderia ser uma pessoa de pele escura, pois ficou claro para as crianças o escurecimento de sua pele através de maquiagem e a roupa de cor preta com mangas compridas, constatamos através desta experiência o contrário do embranquecimento. Cria-se um novo conceito de “empretecimento”. Onde a valorização dos educadores negros (as) ficou restrita. Temos pessoas negras cheias de talento que poderiam representar e valorar a história com suas experiências pessoais.

Referência: Hofbauer, A Uma história de branqueamento ou negro em questão. São Paulo: Editora da UNESP, 2006, p. 212-213

Relator: Wilma Rosane Knoblauch Schulz e Helena Dias Salla Pagcheon
Blogueiro/ bloguista: Humbert Von Oertzen Becker

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